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Exclusivo: Haitong lança área dedicada a originar negócios com chineses interessados no Brasil

Banco Haitong trabalha intensamente para assessorar as companhias chinesas

São Paulo, 14/10/2016 - De olho na virada da economia e no longo prazo, o Banco Haitong trabalha intensamente para assessorar as companhias chinesas na prospecção de negócios no País e promover negócios entre as empresas em seus respectivos mercados.

Nesse sentido, a subsidiária brasileira do Haitong, um dos maiores banco de investimentos da China, concluiu a implantação da área dedicada ao relacionamento com empresas chinesas, o chinese desk, para originar negócios relacionados a fusões e aquisições e captação de recursos, por meio da área de mercado de capitais, bem como assessorar na estruturação financeira em infraestrutura, com foco nas concessões. O Haitong também quer ampliar a presença em operações do dia a dia dessas companhias, como trade finance, tesouraria e leasing, por meio da parceria com a Haitong UniTrust Leasing, empresa de leasing baseada na China e parte do Grupo Haitong.

"Os chineses olham para o longo prazo, são pragmáticos e assertivos", diz o presidente do Haitong Brasil, Alan Fernandes, em entrevista exclusiva ao Broadcast. O executivo ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, a lógica de investimento dos chineses "é como a de qualquer outro player, ou seja, a busca por retorno".


Nas frequentes visitas que faz à China e às companhias daquele país, Fernandes nota ser comum cruzar com representantes de bancos brasileiros, norte-americanos, europeus e de outros países dos quais a China é parceira comercial. Mas afirma que, com exceção daquelas empresas com presença global, as demais tendem a operar com instituições que tenham menor distância cultural com a China.

Por conta disso, Fernandes considera provável que outros bancos de investimento chineses entrem no Brasil, assim como fundos de investimento. "Os chineses querem constituir a estrutura necessária para operar no Brasil", afirma.

Os segmentos de infraestrutura e do agronegócio são os que têm despertado maior interesse entre as empresas com as quais o Haitong mantém contato. Recentemente, o grupo chinês Pengxin e a Haitong Securities anunciaram, durante Seminário promovido pelo governo brasileiro, antes da reunião do G-20 ocorrida na China, a intenção de criar um fundo de investimento de US$ 1 bilhão para a agricultura brasileira, para atuar na cadeia produtiva do setor agrícola, especialmente em logística e infraestrutura. Ainda no agronegócio, o Haitong participou da venda de 57% da Fiagril para a Hunan Dakang Pasture Farming Co.

Áreas de interesse

Rodovias, saneamento e energia são setores para os quais as companhias chinesas olham com maior atenção nesse momento para operações de fusões e aquisições, embora o interesse passe por todos os segmentos da infraestrutura, de acordo com Fernandes.

Em concessões, o executivo comenta que os mais importantes players chineses estão atentos às oportunidades em discussão e deverão estar presentes nos leilões, como patrocinadores de projetos e atuando na construção, para o que estariam dispostos a formar parcerias com empresas de médio porte.

Fernandes elogia a mudança de postura em relação à infraestrutura do novo governo, mas afirma que existe ainda um caminho a ser percorrido. "Não estamos preparados ainda para o desligamento do financiamento do BNDES. Ainda dependemos do desenvolvimento do mercado de debêntures local. Mecanismos de mitigação do risco cambial são aspectos importantes para atrair o capital estrangeiro", comenta. (Cynthia Decloedt - cynthia.decloedt@estadao.com)

 

Fonte: AE NEWS